"Tua corna e miserável peste
Ergue-se mansamente dentre os meios
Esquecendo o pranto dos teus centeios
Jogados no teu banheiro escuro
Enlouquecer neste mar cinzento
Não me parece muito difícil
Lembrando de teu tempo
Aproximo-me de teu espaço
Caminhando na lua nua de marte
Rogo à homens nus pragas cristãs
Seguindo o padre na procissão terçã
Na rua de meninos perfumados
Meninos alucinados com as noitadas cinzentas
Nos bares, nos becos, nas praças
Inerentes à suas prostitutas
Passeando sobre as águas poluídas de meu céu
As mães não esquecem seu tempo
De livres vivências não vergonhosas
Todas lindas e cheirosas
Esperando seus pares para o baile
Os bailes não acabaram
Os filhos não mudaram
A rua não encinzentou-se rapidamente
As prostitutas sempre foram presentes
O Mundo não mudou
O que mudou não foram as ruas,
Não foram os filhos, foram as mentes impossíveis
Que se empedraram diante da vida"
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