terça-feira, 2 de outubro de 2012

VII

"Tua corna e miserável peste
Ergue-se mansamente dentre os meios
Esquecendo o pranto dos teus centeios
Jogados no teu banheiro escuro

Enlouquecer neste mar cinzento
Não me parece muito difícil
Lembrando de teu tempo
Aproximo-me de teu espaço

Caminhando na lua nua de marte
Rogo à homens nus pragas cristãs
Seguindo o padre na procissão terçã
Na rua de meninos perfumados


Meninos alucinados com as noitadas cinzentas
Nos bares, nos becos, nas praças
Inerentes à suas prostitutas
Passeando sobre as águas poluídas de meu céu

As mães não esquecem seu tempo

De livres vivências não vergonhosas
Todas lindas e cheirosas
Esperando seus pares para o baile

Os bailes não acabaram
Os filhos não mudaram
A rua não encinzentou-se rapidamente
As prostitutas sempre foram presentes

O Mundo não mudou

O que mudou não foram as ruas,
Não foram os filhos, foram as mentes impossíveis
Que se empedraram diante da vida"

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