domingo, 30 de setembro de 2012

III

"O rancor me consome, o ódio me destrói.
Tua indiferença me arruína e tua cara de pau me deixa pasma.
Como poder viver à tua sombra sem poder te ferir?

E sofrer sem demonstrar?

Esquecerei de ti, de mim, de tudo!
...Apenas por um instante.
Depois reconhecerei perante todos minha fraqueza
Mas não para me expor, mas para me fortalecer.

Descobrirei teu segredo mais íntimo, te marcarei à ferro e fogo
Tentando domar-te à minhas torturas.
Te farei engolir em seco todas tuas palavras chulas

E te obrigarei a dançar na brasa incandescente das estrelas.

Mais uma vez tua presença me fere
Mas já fortifiquei-me esperando mais um coice teu
Para que toda essa energia desperdiçada por ti
Volte-se contra e te parta a alma."

II

"Pus-me a lutar contra o destino
E a negar-me em seguir os padrões impostos.
Busquei todos os caminhos que levavam a mim
Mas que não me fossem tão dolorosos.


Escolher viver não é fácil.
Viver, aceitar, compreender o que existe não é fácil.
Tento encontrar-me dentro de ti e de outros,
Mas me deparo mais uma vez com os padrões.

Tratei de encontrar confiança em mim mesma.
Esquecer tudo aquilo que um dia me falaram.
Reaprender, reinventar, me reencontrar,
Se é que um dia já me encontrei.

Corro, corro... Mas pra onde devo ir?

Então percebo que enquanto não souber lidar com a dor,
Nunca poderei encontrar o caminho que me levará à felicidade...

E ao meu verdadeiro eu."

sábado, 29 de setembro de 2012

I

"Entranhada entre tuas vísceras estava
Esperando tua brisa doce conjurar-me.
Jurei-me atormentada que jamais ousaria pronunciar teu nome,

Jamais voltaria novamente minha face a teus lindos olhos.


Esperei sete milênios ao redor de teu cosmo inflamável,
Aguardando tua saída desse mundo infame.
Vi teus azuis olhos possuírem outro turbilhão de sonhos.
Mas tu não me vias, ninguém me vê.

Vidraças estilhaçadas pelo ódio me rodeavam.
Nada mais que meu ego e meu orgulho preenchiam o meu ser.
Teu heroísmo fajuto estampa as telas das mentes alienadas,
Curando o vazio daqueles que não me conseguem compreender.

Não há mais nada escondido em mim,
Nada que possa curar-me deste torvelinho de hipocrisia.
Mas tua mente medíocre não consegue enxergar os pequenos detalhes do meu rosto.
A vida continua perplexa com as aparências."