sábado, 22 de dezembro de 2012

Pôr-do-Sol na Península

"No silencio das ondas do mar
espero teu bafo quente
me embebedando de água e sal

Tua mão leve de bigorna

abre lentamente as pernas de minha mente
horrorizando meus parentes

criados na moral cristã-burguesa

Vejo no horizonte um navio
que espera pra entrar

em teu porto fantasma

deserto como um bode quente
saído do caos

Os poetas morreram

na praça Gonçalves Dias 
onde o por do sol era mais laranja

do que no espigão

recém-nascido na península
invadida pelos sonhos de uma sociedade morta"