quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

XX

"Pouco me sinto
Lixo, tão só
Com mordaças de mundo
Uma deturpação de sonhos
A consciência repelida
Na selvageria insensata

Bloqueio emocional compulsório
E uma obrigação doentia de ser forte
O mundo chora e ninguém ouve
O soluço manso de um peixe

Criança titelosa
Na beira da esquina
Espera o bonde de doce

Não há história que se sustente
Na fome perpetuada
Não há memória digna
De santa ceia cristã

Encerram-se aqui os batimentos
E a flor da fome se abre
Ao amanhecer"

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