"Sou um pequeno peregrino
que tenta ouvir no cético ceu
a voz da humanidade
o olhar perdido do profeta
a embriaguez dos oprimidos
a ternura dos desvalidos
o gozo dos que sofrem
a dor dos que são felizes
a peste dos infelizes
o ocre do teu sangue
jorrando na escura sala
do sítio distante
sou um poeta perdido
um ser esquálido
outro desdentado
abandonado
largado com febre
com frio, com pó
borboletas azuis tornam a voar
e me envaideço sobre suas asas livres
seu canto, seu luar
e me resta só um ar fresco
puro, perdido no emaranhado
de lembranças do 'hogar'"
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